Começa hoje a Convenção do Partido Democrata, dando também início ao que serão duas semanas de atividade política intensa nos Estados Unidos e à fase final da campanha que terminará com a eleição do próximo Presidente dos Estados Unidos no dia 3 de novembro.

É uma campanha como nenhuma outra, por diversas razões. A principal das quais, a pandemia COVID-19, transformou por completo a forma de fazer campanha dos principais partidos, que tentam novas formas de chegar aos eleitores.

A Convenção Democrata, que começa esta segunda-feira à noite – pelas 21:00, de Milwaukee / 01:00 de terça-feira em Lisboa – vai prolongar-se até quinta-feira, dia em que Joe Biden e Kamala Harris aceitarão oficialmente a nomeação como candidatos às presidenciais pelos democratas.

Pela primeira vez, os candidatos não estarão na cidade onde era suposto ocorrer a Convenção, Milwaukee. Joe Biden e Kamala Harris farão os seus discursos a partir de Wilmington, no Delaware, cidade onde reside Joe Biden.

Mas, não serão os únicos. O cenário de festa, o entusiasmo e as manobras políticas típicas de uma Convenção norte-americana na plateia, onde estão os delegados, não existirão este ano. A pandemia obriga a cuidados reforçados e a festa da Convenção será substituída por uma teleconferência.

O que não muda são os pesos-pesados chamados a defender a escolha do partido. Esta segunda-feira, a convenção terá discursos de dois dos nomes mais conhecidos e apoiados entre os democratas: a antiga primeira-dama Michelle Obama, que fez o discurso mais aplaudido de 2016; e o Senador do Vermont, Bernie Sanders, o maior concorrente de Joe Biden durante as primárias.

Quem pode ouvir esta segunda-feira:

  • Michelle Obama, antiga primeira-dama que em 2016 marcou com o seu discurso a apelar para uma campanha pela positiva;
  • Bernie Sanders, o Senador do Vermont que voltou a ser o segundo classificado nas primárias democratas, depois da derrota para Hillary Clinton em 2016;
  • Amy Klobuchar, outra das candidatas das primárias e que chegou a ser considerada como hipótese para vice-presidente. Desistiu antes da Super Tuesday e apoiou Joe Biden;
  • Andrew Cuomo, Governador de Nova Iorque e voz muito crítica de Donald Trump. Ganhou mais projeção e capital político em resultado da forma como lidou com a pandemia no seu Estado;
  • John Kasich, antigo Governador do Ohio e um dos candidatos republicanos nas primárias de 2016 em que venceu Donald Trump;
  • Doug Jones, Senador pelo Estado do Alabama que conseguiu uma vitória histórica em 2017 num dos Estados mais conservadores dos Estados Unidos. Doug Jones também enfrentará eleições e é um dos democratas mais vulneráveis na corrida;

Onde seguir a campanha:

  • Se quiser seguir as duas horas por completo, poderá fazê-lo através dos canais CNN, MSNBC, PBS ou C-SPAN;
  • A ABS, CBS, NBC e Fox News também irão transmitir parte, apenas entre as 22:00 e as 23:00;
  • Se tiver aplicações como a Apple TV, Roku, Amazon Fire e Amazon Prime Video;
  • Os principais jornais norte-americanos também irão transmitir uma parte do discurso, para além dos principais momentos.

Na próxima segunda-feira, dia 24 de agosto, será a vez da Convenção Republicana, em que Donald Trump irá aceitar a nomeação republicana para ir novamente a eleições. Os moldes da conferência serão semelhantes, havendo ainda a dúvida a partir de onde Donald Trump fará o seu discurso de aceitação.

O Presidente dos Estados Unidos disse que esse discurso poderá ser feito a partir da Casa Branca, em Washington D.C., ou em Gettysburg, Pensilvânia, cenário de uma das batalhas mais importantes da Guerra Civil Americana, em 1863.