Quase 100 milhões de pessoas votaram nas eleições norte-americanas até ao dia de hoje, quando finalmente abrem as urnas, o que indicia uma participação histórica na escolha do próximo Presidente. Se vai ficar acordado para ver quem vence a disputa, Donald Trump ou Joe Biden, aqui ficam dicas sobre aquilo a que deve estar atento e como o fazer.

Chegou a primeira terça-feira de novembro, é dia de os norte-americanos irem às urnas e escolherem o Presidente, numa eleição tão contestada como seguida por todo o mundo. Se, como nós, vai acompanhar de perto esta eleição pela noite dentro, aqui ficam algumas orientações sobre como o fazer e como perceber melhor a informação que lhe vai chegar.

Quando vamos saber os resultados?

Com a pandemia, muitos americanos votaram por correio muito antes do tempo. Até abrirem as urnas, mais de 100 milhões tinham votado, mas isto não torna o processo mais fácil uma vez que cada Estado tem as suas próprias regras quanto à contagem dos votos.

Por exemplo, nos Estados da Pensilvânia, Wisconsin e Michigan (três Estados decisivos para o resultado final) os responsáveis eleitorais não podem começar a contar os votos até ao dia das eleições, ou ao dia antes, o que deixa um grande número de votos para contar de uma só vez.

Além disso, muitos votos foram enviados por correio e, em alguns Estados, estes votos poderão chegar depois do dia das eleições, desde que o carimbo do correio seja até ao dia 3 de novembro. A CNN explica o processo e ilustra de uma forma simples aqui.

 

Quais são os Estados decisivos?

Os Swing States ou aqueles que as sondagens apontam como mais disputados, podem definir o resto da noite. Alguns deles, vão chegar mais cedo. Florida e Carolina do Norte são dois dos Estados que podem definir a noite, até porque têm a capacidade de apresentar resultados mais cedo. Mais contestado, também o Estado do Arizona está neste lote. Caso o candidato democrata consiga vencer um destes Estados, pode indicar a sua eleição como Presidente dos EUA. Se Donald Trump ganhar os três Estados, pode estar aberto o caminho para a sua reeleição, como conta a NPR aqui.

Florida e Pensilvânia (este deve apresentar resultados mais tarde devido às regras de contagem de votos) estão no que os especialistas em sondagens chamam toss-up: qualquer um dos candidatos pode ganhar, a margem de erro é grande. Como contam com um grande número de delegados para o colégio eleitoral, estes dois podem ser decisivos.

A estes dois juntam-se o Ohio, um dos tradicionais Swing States, e o Estado da Georgia, que não apoia um candidato democrata desde a década de 90, mas em que os democratas estão otimistas, especialmente devido à mudança na composição da população deste Estado, como conta a AP aqui.

Quem declara o vencedor?

Neste capítulo a noite pode ser mais confusa. A maior parte dos grandes órgãos de comunicação social norte-americanos fazem as suas próprias projeções e têm os seus próprios modelos para determinar quem são os vencedores das eleições e em cada um dos Estados. A CNN apresentará o seu resultado, o NYT o seu, e por aí fora.

O modelo mais respeitado e cujos resultados serão utilizados por alguns dos grandes órgãos, como é o caso da rádio pública NPR, é o da Associated Press, a agência de notícias norte-americana, também conhecida por AP.

A AP não faz projeções, mas irá declarar os vencedores em cada um dos Estados. Isto será feito com base num modelo que determina se os oponentes ainda têm possibilidades de vencer. Naturalmente, a AP demorará mais tempo a declarar vencedores do que alguns órgãos, mas também o fará de uma forma mais segura. Neste podcast pode ouvir uma explicação do processo.

Os resultados oficiais e fechados demorarão dias ou semanas. Nos casos em que haverá lutas mais renhidas, só se ficará a saber o vencedor bem depois do dia 3 de novembro.

Onde seguir as eleições?

Aqui tem muitas hipóteses, uma vez que todas as televisões e jornais de relevo terão uma emissão especial, mas há alguns destaques que podem ser úteis.

  • O podcast The Daily do New York Times faz uma emissão especial, em direto e ao vivo, entre as 19h e as 23h (hora de Lisboa) que pode seguir aqui.
  • A NPR está a seguir ao minuto os desenvolvimentos da noite eleitoral na sua página, que pode encontrar aqui, que junta as novidades com peças importantes de contexto para perceber o que está a acontecer.
  • O reputado site de análise e previsões FiveThirtyEight também vai seguir ao minuto os desenvolvimentos. Acompanhará as novidades com informação estatística e como podem (e devem) ser lidos os números que serão conhecidos ao longo da noite. Pode seguir aqui.
  • CNN, CNBC, Fox News e ABC terão todos emissões contínuas e com orientações diferentes, o que permite alguma diversidade de pontos de vista, assim como os grandes jornais norte-americanos – New York Times, Washington Post, L.A. Times.
  • A PBS News Hour também fará a cobertura desta noite eleitoral com uma emissão a partir das 23h (hora de Lisboa) com comentários e análise dos resultados à medida que forem sendo conhecidos: pode acompanhar a emissão especial aqui.
  • A revista Politico tem uma página no seu site dedicada às eleições que demonstrará com elementos visuais mais atrativos os resultados à medida que eles forem conhecidos, que pode ver aqui.
  • E, claro, as grandes agências de noticias, que pelas suas características naturalmente mais cautelosas, darão os resultados pela certa. Para além da AP, pode seguir a Reuters, a Agence France-Presse e a Bloomberg. Todas estas têm contas nas redes sociais, especialmente no Twitter, onde darão conta dos desenvolvimentos ao longo da noite.

Como aguentar a noite das eleições?

Considerando o avançar da hora quando os resultados começarem a chegar, é possível que precise de alguma ajuda. Aqui na FLAD, recomendamos muito café e chocolate. 🙂