Não é terça-feira, mas foi mais um super-dia para a campanha do Vice-Presidente Joe Biden.

Depois de, na passada semana, a Convenção Nacional do Partido Democrata, onde é eleito o candidato presidencial do partido, ter sido adiada de julho para 17 de agosto devido aos perigos associados à pandemia de COVID-19, esta voltou a ser uma semana de novidades para as primárias presidenciais dos Estados Unidos.

O Senador do Vermont, Bernie Sanders, que pela segunda vez consecutiva procurava a nomeação do partido para candidato presidencial, contra Donald Trump, do lado republicano, desistiu da corrida e anunciou o seu apoio ao candidato Joe Biden.

Joe Biden parecia completamente ultrapassado até chegar ao voto na Carolina do Sul. A Super Tuesday iniciou um ciclo de vitórias eleitorais significativas do Vice-Presidente em vários Estados que tornou a nomeação de Sanders cada vez mais improvável. E, no atual contexto de pandemia, as possibilidades de campanha estavam cada vez mais limitadas.

Na sua página do Twitter, Bernie Sanders justificou a suspensão da campanha, explicando que a vitória da sua candidatura era praticamente impossível e que, dada a crise que se instalou no mundo, a campanha não deverá continuar e o partido deverá focar-se na solução dos problemas que preocupam atualmente o país e na corrida presidencial.

“Não posso em consciência continuar a fazer uma campanha que não pode vencer e iria interferir no trabalho importante que nos é exigido nesta altura difícil”, disse Bernie Sanders.

Bernie Sanders desiste da corrida, mas, afirma, não da causa. No vídeo em que anuncia o fim da campanha, garante que não deixará de ir a votos nas restantes primárias, continuando a lutar pela obtenção de delegados, de modo a influenciar o partido na Convenção que ocorrerá no verão (adiada para Agosto devido à pandemia). E afirma que a candidatura que apresentou nunca foi apenas uma campanha, mas, antes de mais, um movimento.

“A campanha está a chegar ao fim, mas o movimento não”, acrescentou.

A interrupção da sua campanha abre assim o caminho para a união do partido em torno de Joe Biden, que presumivelmente defrontará o Presidente Trump na corrida à Casa Branca. As eleições estão marcadas para o dia 3 de novembro.

Resta agora saber quem será a running mate, a candidata a Vice-Presidente escolhida por Joe Biden para o acompanhar na campanha presidencial após a Convenção Nacional do partido.