Com um percurso de mais de três décadas na cena artística nacional e internacional, Miguel von Hafe Pérez é o novo Curador da coleção de arte contemporânea da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. “A abertura a novos meios e a atenção a artistas emergentes são premissas fundamentais para um trabalho futuro que se quer diferenciador e prospetivo”, afirma.

Miguel von Hafe Pérez, natural do Porto e licenciado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, é o novo curador da Coleção da FLAD. A sua carreira iniciou-se na Fundação de Serralves, entre 1988 e 1995, onde coordenou o Serviço Educativo e foi assistente do diretor artístico. A sua atuação foi especialmente marcante na Capital Europeia da Cultura – Porto 2001, coordenando a área de Artes Plásticas, Arquitetura e Cidade. No ano seguinte, comissariou a representação portuguesa na 25ª Bienal de São Paulo e integrou a mesa curatorial do Centre d’Art Santa Mónica, em Barcelona, onde desenvolveu projetos com artistas portugueses e internacionais.

Entre 2009 e 2015, dirigiu o Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC), em Santiago de Compostela, consolidando o seu prestígio internacional com uma programação que destacou nomes como Gilberto Zorio, Anna Maria Maiolino, Jeff Wall e Esther Ferrer, entre muitos outros.

Além da curadoria, foi responsável pelo projeto anamnese, um arquivo online e editorial sobre arte contemporânea portuguesa, e desempenhou funções como assessor da Colección Fundación Arco, em Madrid. Mais recentemente, comissariou exposições em instituições de referência como o Museu de Serralves, o MAAT, o Museu Coleção Berardo e a Fondation Gulbenkian, Paris. Atualmente, é curador da coleção da Fundação Ilídio Pinho e programador do CAV em Coimbra.

Sobre esta nova etapa, Miguel von Hafe Pérez afirma: “foi com muito orgulho e sentido de responsabilidade que aceitei o convite para assumir o lugar de curador da Coleção de Arte Contemporânea Portuguesa da FLAD”.

Reconhecendo o papel pioneiro da coleção, iniciada em 1986, sublinha a sua relevância histórica: “A coleção veio a ganhar uma posição única pela excelência das suas escolhas e pelo modo como sedimentou um eixo central erigido a partir do desenho que veio a intensificar a sua individualidade.”

Com um olhar atento ao passado e ao que está por vir, destaca os princípios orientadores deste novo desafio: “A continuada recuperação de autores e obras que demonstram a capacidade de lançar novos olhares e questões sobre a história da arte portuguesa a partir da década de sessenta do século passado, a abertura a novos meios e a atenção a artistas emergentes são premissas fundamentais para um trabalho futuro que se quer diferenciador e prospetivo.”

Com esta nomeação, a FLAD reforça o seu papel como agente ativo na valorização e promoção da arte contemporânea portuguesa, confiando a Miguel von Hafe Pérez a responsabilidade de dar continuidade a uma das coleções de arte contemporâneas mais significativas do país.