A FLAD e o Observador lançam uma série de entrevistas que trarão histórias e relatos profundos de várias figuras públicas portuguesas sobre questões relacionadas com a Saúde Mental.

A rubrica Labirinto – Conversas sobre Saúde Mental enquadra-se na aposta que a FLAD está a fazer no aumento da informação, na rejeição do estigma e na consciencialização de que a Saúde Mental não é apenas importante, mas essencial.

A primeira conversa foi com Marisa Matias e já está disponível em artigo e vídeo.

Desde os primeiros sinais de que não estaria bem, por ocasião das eleições europeias em maio de 2019, até ao diagnóstico de burnout no início de 2020, passaram cerca de 8 meses. Marisa Matias associou sintomas como o aumento da ansiedade, a falta de ar, a dor no peito, a perda no controlo dos braços e pernas e as insónias a uma doença neurológica, não suspeitando de que o corpo estaria a dar sinais de esgotamento.

“Sempre dei muita atenção à saúde mental, mas à dos outros. Sempre foi uma questão que entendi como prioritária no meu trabalho, pelo que uma das coisas com que tive mais dificuldade em lidar foi como é que eu trabalhava tanto nestas questões (…) e nos primeiros meses nunca me passar pela cabeça que pudesse não ser físico.”

Com o diagnóstico veio uma certeza: a necessidade de parar. Durante três meses, que coincidiram com o confinamento rigoroso de Bruxelas devido à pandemia de Covid-19, a eurodeputada não tratava de questões relacionadas com o trabalho. E o regresso foi feito de forma gradual e pautado pela disciplina e pela imposição de regras a si própria.

“O médico disse-me imediatamente que eu teria de parar totalmente, que não havia nenhuma alternativa. Eu nunca sequer concebi, fazendo o que faço, essa possibilidade de parar, mas percebi que estava enganada. Não identifiquei [a doença], mas quando me foi diagnosticada não criei nenhum tipo de barreira para mim própria. Tenho de lidar com isto, vamos tratar.”

Numa conversa de 40 minutos, Marisa Matias fala abertamente sobre a doença que teve de enfrentar e o que teve de fazer para conseguir superá-la. A não perder.

Veja a entrevista na íntegra, já disponível em vídeo:

 

A todos os que aceitaram partilhar a sua história, o nosso mais sincero obrigado.

Fique atento às próximas conversas! Ficarão disponíveis no nosso site e redes sociais.

Foto: FILIPE AMORIM/OBSERVADOR