A FLAD decidiu fazer um donativo à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) para apoiar os gastos de 6 Salas de Apoio à Vítima durante um ano, uma ferramenta essencial para apoiar as vítimas de crime e que são o primeiro passo para a quebra do ciclo de violência. Serão apoiadas duas salas nos Açores, e uma no Porto, Lisboa, Vila Real e Setúbal.

A violência doméstica é, infelizmente, uma tragédia que se perpetua. A pandemia só veio agravar essa situação. Só na primeira metade deste ano foram feitas 12.178 participações à PSP e à GNR por crime de violência doméstica. 11 pessoas foram mortas: oito mulheres, dois homens e uma criança.

O ciclo de violência é, muitas vezes, continuado. Até uma vítima compreender que não é culpa sua e que tem direitos nestas situações, o processo pode ser longo. E essa é uma parte essencial do trabalho da APAV, uma associação que já é conhecida pela generalidade dos portugueses, e que há 31 anos trabalha com as vítimas, os seus familiares e amigos, em defesa dos mesmos.

Infelizmente, o trabalho da APAV não só continua a ser necessário, como é cada vez mais importante. A FLAD decidiu fazer um donativo para apoiar estas seis Salas de Apoio à Vítima porque estas são o coração do serviço de informação e suporte às vítimas de vários tipos de crime e violência.

É aqui que é recebida uma pessoa que procura a APAV – um serviço que é gratuito, confidencial, personalizado e direto com a vítima, os seus amigos e familiares. Quando são recebidas, estas pessoas são acolhidas de forma gentil, com zona e kit para as crianças que as acompanham, criando um espaço amigável, que pretende transmitir calma e aliviar o sofrimento a quem já passou por tanto.

Por vezes os atos de violência e crime, causam uma elevada disrupção na vida das pessoas, conduzindo a sentimentos de embaraço, vergonha, medo e humilhação durante muito tempo. A APAV apoia a vítima na superação do impacto do crime (emocional, psicológico, físico, financeiro e outros) e ajuda na mitigação dos seus efeitos negativos.

Nestes espaços, a vítima sente-se segura, protegida, ouvida, valorizada, reconhecida e compreendida. É aqui onde se inicia na maior parte das vezes, o primeiro passo para a quebra do ciclo de violência. 65% dos casos reportados são situações de violência continuada e onde a vítima percebe que não está sozinha, que tem direitos e que pode seguir um outro caminho. Mas não só:

  • Serve para efetuar a triagem do contexto e gravidade da situação de perigo, identificar e dotar as vítimas de ferramentas e suporte psicológico e emocional, acompanhar e avaliar vítimas de violência e crime, assegurando deste modo uma resposta válida, célere e eficaz face às necessidades e pedidos de ajuda recebidos.
  • Serve também para incentivar a denúncia, informar, capacitar e ajudar a vítima a exercer os seus direitos e efetivar o seu estatuto de vítima, como iniciar as etapas do processo-crime, quais os apoios que tem disponíveis e acompanhamento posterior da vítima em diligências.
  • Serve para se continuar a dar seguimento, fazer follow-up e a realizar a monitorização dos casos e processos de vítimas em curso.

Como ajudar?

Ajudar a APAV não é só contribuir financeiramente para uma grande causa. É também:

  • Reforçar uma rede de apoio que já ajudou mais de 360.000 pessoas desde a sua fundação, em 1990.
  • É apoiar direta e indiretamente vítimas de violência e crime em Portugal, prevenido e minimizando as marcas traumáticas que um crime deixa na vítima.
  • É formar e qualificar técnicos e voluntários (cerca de 200) que prestam apoio psicológico, jurídico, social e emocional às vítimas de crime e violência, incluindo os seus familiares e amigos.
  • É ajudar na sensibilização e informação da população em geral e/ou públicos estratégicos.
  • É promover os direitos da vítima de crime em Portugal, através da defesa e afirmação dos direitos das vítimas na sociedade e o reconhecimento, valorização e efetivação do estatuto da vítima em território nacional.

Pode fazê-lo através de um donativo pontual, ou tornar-se num contribuidor regular. Caso não queria ou não tenha os meios para contribuir diretamente, há outras formas de apoiar esta causa, como escolhendo a APAV como organização a quem quer consignar os 0,5% do seu IRS todos os anos quando entregar a sua declaração de rendimentos ou até escolher a APAV nas angariações de fundos que as redes sociais permitem fazer por ocasião do seu aniversário. Ajudar é mais simples do que pensa. Veja em https://apav.pt/apav_v3/index.php/pt/quero-ajudar/particulares como fazê-lo.

Vamos ajudar?