Passou quatro décadas em representação de Portugal em alguns dos postos diplomáticos mais estratégicos – Londres, Paris, Brasília – para o país. Foi Secretário de Estado dos Assuntos Europeus entre 1995 e 2001, quando rumou a Nova Iorque para servir como Embaixador Permanente de Portugal nas Nações Unidas. Era lá que estava quando se deu o 11 de setembro. O Embaixador Francisco Seixas da Costa é o nosso convidado desta semana.
Depois de quatro anos turbulentos na política norte-americana, Joe Biden assumiu as rédeas da Casa Branca em janeiro deste ano. Mas as tensões não terminaram. O ataque ao capitólio e as divergências entre os dois principais partidos dos EUA – Democratas e Republicanos – fazem antever quatro longos anos da presidência Biden. Terão os Democratas capacidade de fazer vingar a sua agenda? E o que virá a seguir?
Esta semana falámos com Francisco Seixas da Costa, embaixador experiente e que ao longo da sua carreira diplomática teve sob a sua responsabilidade posições nas principais embaixadas para o nosso país. Continua ativo, enquanto comentador, na análise da atualidade política e geoestratégica internacional, e nesta conversa faz uma análise dos primeiros meses da presidência de Joe Biden.
“O que Biden fez foi uma surpresa, a meu ver, por duas razões: em primeiro lugar, porque imediatamente na própria constituição da equipa, foi uma equipa hábil, uma equipa que não fez cedências em termos de recursos humanos, por assim dizer, àquilo que seria algumas expectativas da ala mais liberal. Mas depois, em compensação, tem uma agenda de natureza legislativa ou de promoção de propostas legislativas muito avançada.” – Francisco Seixas da Costa
Se é verdade que Joe Biden tem trazido alguma normalidade à presidência, depois de quatro anos de Donald Trump, também o é que o anterior Presidente dos EUA continua a ser uma força temível dentro do Partido Republicano.
“A grande questão é saber se Biden é um parêntese. Isto é, se amanhã não teremos eventualmente um Trumpismo, com ou sem Trump. E, portanto, Biden acabaria por ser um intervalo. Ou se Biden marcou uma mudança, e marcou um novo estilo, e marcou digamos até uma reconciliação dos americanos com um certo estilo de presidência, que é o estilo tradicional.” – Francisco Seixas da Costa
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