A nossa convidada desta semana é Patrícia Vasconcelos, diretora de casting que criou, e organiza, o programa Passaporte – dedicado à promoção dos atores portugueses nas grandes indústrias do cinema mundial –, que nos fala sobre a profissão, como Portugal estava fora do radar e como passou a estar na moda.

Nem tudo o que é exemplo de um bom ator português é Joaquim de Almeida. Sim, Joaquim de Almeida, o nosso vilão favorito em Hollywood, que contracenou com Antonio Banderas em Desperado e até chegou a outros blockbusters comerciais, como foi o caso de Velocidade Furiosa 5. Mas há muitos mais atores portugueses a tentar uma carreira no estrangeiro.

Em parte, a ‘culpa’ disto é de Patrícia Vasconcelos. A diretora de casting de referência decidiu criar um programa em que traz a Portugal grandes diretores de casting das maiores indústrias de cinema do mundo e os apresenta aos atores portugueses. O Passaporte, que também organiza, surgiu de uma sensação, de que Portugal, neste mundo, não existia.

“Tinha uma sensação estranha, de que tudo parava em Espanha. Não havia a ideia de que Portugal sequer existisse.” – Patrícia Vasconcelos.

Isso, para Patrícia Vasconcelos, não fazia sentido. Com tanta qualidade em Portugal, aliada ao facto de no nosso país – ao contrário do que acontece em Espanha – os filmes não serem dobrados, permitindo aos portugueses terem maior familiaridade com as principais línguas, a diretora de casting decidiu fazer ao contrário. Invés de os atores irem atrás dos diretores, passaram os diretores a virem até dos atores.

O resultado está à vista. Mais de 60 diretores de casting passaram por Portugal e tiveram contacto com atores portugueses ao abrigo deste programa.

“Portugal está finalmente no mapa, e é apetecível, e quem não quer passar aqui uma semana em Lisboa, ser bem tratado e levar na carteira meia dúzia de nomes de atores?” – Patrícia Vasconcelos.

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