Miguel Castelo-Branco venceu o FLAD/ Life Science Award em 2016, obtendo um financiamento de 300 mil euros por três anos. Os méritos do trabalho desenvolvido pelo investigador de Coimbra levaram a FLAD a renovar o prémio por mais um ano, com mais 100 mil euros de financiamento.

O trabalho desenvolvido pelo Prof. Miguel Castelo-Branco foca-se na procura de novas opções para o tratamento do autismo, recorrendo para isso a um projeto interdisciplinar, cuja investigação emerge da bancada do laboratório, passa pelos modelos animais e chega ao doente.

A ajuda financeira da FLAD a este projeto promissor permitiu catapultar e multiplicar o financiamento da investigação em projetos europeus, levando inclusivamente à sua integração no maior consórcio internacional, o AIMS-2-TRIALS, que envolve associações de doentes, universidades, clínicas e stakeholders da indústria, para desenvolver novos tratamento do autismo e de outras doenças do neurodesenvolvimento.

Estes novos tratamentos podem passar pela aplicação de novas tecnologias – como a realidade virtual, a neuroestimulação e o neurofeedback – para tentar melhorar os problemas de comunicação e socialização entre os doentes com autismo.

A combinação de diferentes estratégias terapêuticas originou dois ensaios clínicos para tentar reabilitar défices de cognição social e comunicação no autismo e ainda provas de conceito em estudos de intervenção com associações de autismo. O projeto não se limitou a investigar mecanismos básicos de alteração da inibição neuronal em modelos animais e humanos em colaboração com o grupo do Prof. Alcino Silva, da Universidade da Califórnia, mas também relacionar esses achados com propostas de intervenção terapêutica, em funções cognitivas que são alteradas por esse tipo de disfunção.

Dar relevância a este tipo de síndromes ligados ao autismo, epilepsia, tuberose esclerosa e neurofibromatose tipo 1 é muito importante para a qualidade de vida dos doentes, mas também permite encontrar novas formas de melhorar a abordagem terapêutica destas condições. Outro aspeto importante é perceber o porquê da maior prevalência do autismo no sexo masculino. Objetivos, estes, que vão continuar a ser estudados ao longo do próximo ano pela equipa liderada pelo investigador Miguel Castelo-Branco.

Ouça aqui a entrevista de Miguel Castelo-Branco à TSF.

Parabéns Miguel e continuação de um ótimo trabalho!